SINDIAUTO/ALVESP – Em 2024, o Brasil quase triplicou o número de eletropostos públicos, saltando de 4,3 mil para 12,1 mil instalações. Até o fim do ano, mais 200 pontos de recarga devem ser inaugurados, sendo que 1,5 mil já são rápidos ou ultrarrápidos, conforme levantamento da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). O presidente da entidade, Ricardo Bastos, prevê um crescimento mais moderado em 2025, com foco na instalação de carregadores mais potentes:
“Os carregadores rápidos e ultrarrápidos estão ganhando força agora porque exigem investimentos mais altos, que dependiam de uma frota maior. Em 2025, veremos um grande avanço na capacidade de recarga instalada no Brasil, medindo a qualidade dos eletropostos inaugurados”, destacou Bastos.
Embora o ritmo de expansão do número total de eletropostos de alta capacidade possa diminuir, a qualidade do serviço e a capacidade de recarga terão avanços significativos. Um eletroposto de 200 kW, por exemplo, equivale à capacidade de quase dez unidades de 22 kW. A ABVE projeta uma expansão de 50% no total de pontos de recarga para 2025, chegando a cerca de 18,4 mil unidades.
Entre os destaques para 2025, a Kinsol planeja investir R$ 150 milhões na instalação de 1 mil eletropostos de 60 kW em São Paulo, com parte deles sendo ampliada para 80 kW ao longo do ano. Já a Circuito destinará R$ 35 milhões à instalação de 100 eletropostos ultrarrápidos de 120 kW na mesma cidade, em parceria com a marca Autel. Segundo o CEO da Circuito, Alexandre Miyahara, esse é apenas o início de um projeto que pode alcançar 1 mil eletropostos rápidos na capital paulista, conforme a demanda crescer.
As redes de postos de combustíveis também estão investindo em infraestrutura de recarga, aproveitando sua capilaridade e estruturas existentes. Empresas como Raízen (Shell), Vibra (Petrobras) e Ipiranga têm ampliado suas iniciativas nesse setor, com a Ipiranga inclusive se associando à ABVE.
Para 2024, a ABVE estima que 170 mil veículos eletrificados sejam emplacados no Brasil, dos quais 72% (cerca de 122 mil) serão modelos elétricos ou híbridos plug-in. Bastos acredita que o crescimento dos eletropostos, principalmente os de alta capacidade, reflete uma expansão saudável do mercado.
No entanto, ele reforça a necessidade de políticas públicas para fomentar esse avanço:
“Precisamos de uma linha de financiamento via BNDES com condições atrativas para projetos de infraestrutura de recarga. Isso seria essencial”. A ABVE já está articulando com ministérios para viabilizar esse apoio e guiar a expansão de forma estratégica.
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Fonte: AUTODATA
