AMANHÃ (10) SERÁ O DIA MAIS IMPORTANTE DA HISTÓRIA DA INDÚSTRIA DO AUTOMÓVEL.

SINDIAUTO/ALVESP – Sabe-se que a Europa é uma das referências da indústria automobilística mundial e após vários avanços e recuos vamos finalmente conhecer a norma Euro 7, que é o quadro regulatório de emissões para a indústria automóvel na Europa.

No final do mês passado tinha sido anunciado que seria conhecida hoje (09), mas foi novamente adiada para amanhã (10). Ao que tudo indica o adiamento ocorreu devido à necessidade de melhorar a coordenação do anúncio, não devendo por isso haver quaisquer alterações ao documento que define a norma.

A norma Euro 7 não será apenas uma evolução tímida da Euro 6 e poderá mesmo ser um dos momentos mais importantes na história da indústria automóvel moderna.

Além dos limites colocados aos vários gases poluentes emitidos pelos automóveis a combustão — óxidos de azoto (NOx) e monóxido de carbono (CO) — a Euro 7 quer ir mais longe, deverá expandir a sua ação sobre a emissão de partículas por parte dos freios e pneus, duas áreas até agora sem qualquer tipo de regulamentação.

Acontece que ao atuar sobre as emissões de partículas dos freios e pneus, a Euro 7 acabará afetando não só os veículos a combustão, mas também os veículos 100% elétricos, até agora protegidos das regulamentações ambientais europeias, ou seja, a Comissão Europeia se preparará para aumentar a exigência dos procedimentos dos testes de emissões e reduzir as tolerâncias de medição.

CAPA EURO7
Tesla Dual Motor. Foto: Mauro Beni (Hungria).

Se este quadro regulatório for tudo o que alguns grupos de pressão querem que seja, estamos perante o fim dos automóveis com motor de combustão ainda mais cedo do que o ano 2035. As Marcas estão acelerando a eletrificação e abandonando antecipadamente os motores à combustão. Em entrevista ao jornal “Les Echos”, Thierry Breton, Comissário europeu para o Mercado Interno, pede alguma cautela:

“Nunca questionei a vontade de eletrificação da indústria automóvel. A minha preocupação é o impacto nos nossos concidadãos, no emprego e na economia. Respeito a decisão de acelerar para uma oferta 100% elétrica, mas também encorajo a indústria a continuar a produzir carros com motor de combustão interna, gerando empregos de qualidade e continuando a ser uma força exportadora.”

MERCEDES100
M-Benz EQS. Foto: Mauro Beni (Hungria).

Caso a Comissão Europeia dê ouvidos às recomendações de órgãos como a CLOVE (Consortium for ultra Low Vehicle Emissions) e a norma Euro 7 for tudo o que pretendem, o preço dos automóveis vai disparar, será o fim dos segmentos mais acessíveis e uma onda de despedimentos varrerá a Europa.

Existe muita confiança no bom senso dos políticos, pois os próprios avanços e recuos relativamente ao anúncio da norma Euro 7 mostram prudência e receio relativamente ao que estas metas ambientais podem significar para milhões de pessoas.

 

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