SEMICONDUTORES – QUEM SAIU DA CRISE BEM E QUEM NÃO FOI TÃO BEM VAMOS SABER EM 2022

Na Alemanha, as montadoras estão tendo que ser criativas para lidar com a escassez global de semicondutores, seja comprando chips de computador direto dos fabricantes, reconfigurando carros ou produzindo-os com peças faltando.

Com o problema durando mais tempo do que o esperado, fabricantes como Daimler e Volkswagen tiveram que repensar as estratégias de produção. A Mercedes-Benz estabeleceu uma linha direta de comunicação com todos os fornecedores de chips, incluindo produtores de placas de semicondutores em Taiwan. Os fornecedores de chips estão sendo tratados de maneira diferente devido à sua importância estratégica para a indústria e seria melhor que as montadoras considerassem investimentos diretos na produção, ou contratos mais longos com prazos de mais de 18 meses.

As montadoras geralmente compram peças de fornecedores importantes, como Bosch e Continental, que por sua vez compram de produtores mais abaixo na cadeia.

“Havia a falácia de pensar que você poderia escolher entre dois fornecedores, mas a verdade é que ambos tinham os chips produzidos na mesma fábrica”, disse Ondrej Burkacky, sócio sênior da McKinsey.

Nessa resiliência, os desenvolvedores de veículos estão fazendo sua parte para ajudar os fabricantes de chips a administrarem a crise de abastecimento.

“Se mudarmos o software, podemos usar menos chips e obter a mesma funcionalidade”, disse a executiva Annette Danielski, diretora financeira da unidade de caminhões Traton, da Volkswagen. “Isso, algumas vezes, precisa de um longo tempo de desenvolvimento por causa de regulamentações, mas há áreas onde você pode mudar algo rapidamente.”

A General Motors disse que trabalhará com fabricantes de chips como Qualcomm, STM e Infineon para desenvolver microcontroladores que combinam várias funções previamente executadas por chips individuais.

“Estamos tentando criar um ecossistema que seja mais resiliente, mais expansível e sempre disponível”, disse um porta-voz da empresa.

O quão bem estas estratégias vão funcionar ainda não está claro.

“A conta vai ser apresentada em meados ou no final de 2022, quando veremos quem saiu da crise bem e quem não foi tão bem”, disse Burkacky, da McKinsey para Reuters em Munique, Alemanha.